terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Chuvas ajudam na reprodução e dispersão desordenadas das baronesas

O Rio Capibaribe amanheceu com tapetes verdes em seu curso nesta segunda-feira (23), na área central da capital pernambucana. As baronesas, também conhecidas como água-pés, apareceram nas águas de um dos principais cartões-postais do Recife por causa das chuvas que caíram nesse fim de semana. Apesar de servir como abrigo e ninho de organismos aquáticos e também como alimento de animais, a planta é uma erva daninha na época chuvosa. Isso porque elas encontram condições favoráveis para se propagarem e, assim, acabam causando desequilíbrio no ambiente.


"O crescimento desordenado das baronesas, além de facilitar a reprodução de ovos de caramujos e mosquitos da dengue, também acabam prejudicando o ecossistema. O que acontece normalmente é que elas podem cobrir toda a superficie de um corpo d'água, impedindo que as plantas submersas não produzam oxigênios e, consequentemente, sufocando os peixes. É uma reação em cadeia", explica Marcelo Sobral Leite, doutorando da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador na área de plantas aquáticas do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal.



As baronesas têm origem em ambientes como o Pantanal Mato-grossense, que é marcado por fluxos de cheia e seca. Elas estão espalhadas em ambientes quentes do mundo inteiro. A elevação do nível da água favorece o aumento da reprodução das plantas que, por meio da dispersão, tentam se propagar em outros ambientes. Segundo Marcelo, os poluentes orgânicos dos rios também podem favorecer a propagação desses vegetais.

Em um ambiente equilibrado, as Eichornia crassipes (nome científico das baronesas) costumam ser utilizadas comercialmente em criadouros de peixes. Nos rios, no entanto, a grande quantidade delas acaba prejudicando o trabalho dos pescadores.





Nenhum comentário:

Postar um comentário